Irritar-se e observar o mal estar passar é vencer o sombrio desafio e ser água-cachoeira. A caspa, a alergia e a irritação se fazem e se desfazem. Diluir-se na água, no vento, na montanha, na fogueira e nas embaúbas. Diluir-se no outro, nos outros, para então voltar a concentrar-se em si mesmo. Expansão e contração. Por fim, habitar o lugar onde o pé e a cabeça andam juntos. A pele expande-se, elástica, soltando-se e encompridando-se, numa horizontal arredondada e infinita. O complexo e contínu
Como bem dita na música “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira e Almir Sater: “cada um de nós compõe a sua história e carrega em si o dom de ser capaz de ser feliz”. A felicidade do momento, ao invés de dançar na chuva, pode ser esperar na fila uma dose de esperança e saúde, e assim é! Felicidade é um labirinto onde se corre o risco de não achar a saída e ficar dando voltas, imaginando sempre o final feliz da história que pode vir ou não. Vem a pergunta: “como trazer esta dimensão sutil de fel
No dicionário, felicidade é a qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; contentamento, bem-estar… No entanto, muitas vezes essa tal de felicidade não está tão acessível “como”, ou na quantidade que desejamos e queremos. Há dias com este tema na cabeça, comecei um profundo exercício de compreensão interior sobre a felicidade, e foi inevitável descartar a maioria das alegações vindas do Aurélio (ou nos questionamentos filosóficos) e cheguei a uma simples concl
No Brasil, a ideia de desenvolvimento da nação está muito associada ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos durante um ano. Desenvolvimento é, com frequência, entendido como sinônimo de crescimento econômico – o que, de fato, é um equívoco. Enquanto o primeiro está atrelado à qualidade de vida, o segundo mede o enriquecimento, a produção e o consumo, aquilo que está precificado.
Mas, o que a felicidade tem a ver com isto? Como se diz mu
Certa vez me peguei pensando em como definir a felicidade. Seria ela uma mera reação neuroquímica, pela liberação de hormônios que nos dão satisfação com uma sensação plena de prazer em nosso cérebro – em relação a qual associamos a felicidade? Também fico, constantemente, me questionando: a felicidade depende apenas de mim, ou também, de fatores externos – de outras coisas, ou pessoas? Perguntei para algumas pessoas próximas a mim sobre quais seriam, para elas, as suas expressões máximas de fe
Existe, para mim, uma dicotomia no conceito de felicidade, que diz respeito a estarmos ou não sozinhos. De um lado, a vida privada, onde se você não for feliz com você mesmo, sem depender de ninguém, jamais o será ao lado de outra pessoa. Depender de outro – pessoa, animal doméstico ou planta – para algo que é fundamentalmente pessoal e individual é um erro crasso. Não posso atirar a primeira pedra: demorei muito a aprender algo tão básico. De outro lado, a vida em comunidade, onde não é possív
Quando penso em felicidade, penso em duas questões que já vi envolvidas ao pressuposto sentimento: a vida não está passando inutilmente, e é um estado durável de plenitude. Genteee! Como vivenciar, sentir, acreditar ou visualizar estas duas situações em nossas míseras vidas terráqueas? Muito difícil mesmo ser feliz, já que não tenho a plenitude de ser útil à humanidade. Se penso no que uma sociedade capitalista como a nossa determina o que precisamos ter para sermos felizes? Tudo tende a piorar
Esta reflexão não é sobre autoajuda (dissipada mundo afora), mas sim sobre aquela que funda o nosso “auto cuidado”, uma espécie de regulação interna que o organismo humano é capaz de produzir com base em estímulos e compensações químicas e biológicas. Estamos falando, aqui, da capacidade de nosso cérebro produzir sinapses neurais e, como uma de suas consequências, da produção de neurotransmissores que funcionam como regulares cerebrais. Estas substâncias químicas operam como moderadores sistêmi
Ser/estar feliz. Não existe fórmula, não existe receita. A felicidade se situa no campo da subjetividade. Só o sujeito pode dizer dela. Estar infeliz para mim é estar em estado de esvaziamento de sentido para as coisas. Estar feliz é ser atacada pelo vírus da filosofia rebelde que põe em questionamento o viver. Quando leio os rebeldes não me sinto só. Os rebeldes me dão energia, não para pensar como eles, mas para pensar. Entender a tensão com o mundo e com o outro. Interajo com esses pensadore
Felicidade para mim é, sobretudo, poder me sentir bem comigo próprio, com a minha consciência, me sentir bem no que diz respeito às pessoas sobre as quais tenho responsabilidades, aquelas que são muito próximas de mim – minha família, meus pais, meus irmãos, meus filhos e netos. Se as coisas não estiverem bem com eles, eu não me sinto feliz. Quando as coisas são boas para eles, eu me sinto feliz. O conceito de felicidade significa, sobretudo, que as pessoas consigam estar bem consigo próprias,
Todos já passamos por muitas coisas, boas e ruins. Principalmente desde o ano passado, a partir das muitas mazelas relacionadas com a covid-19, temos tido cada vez mais problemas em ser feliz: medo da doença e da morte, perdas de emprego e entes amados, decepções e superações doídas etc. Tantos problemas, se já não fossem demais, podem ainda ter mais um efeito colateral: medo de ser feliz – de nos permitirmos outras experiências, outros prazeres, paixões e amores. Pior ainda quando se, além do
A felicidade é uma condição que muitos confundem com alegria e sorriso. Eu posso estar em estado de felicidade sem me mostrar alegre, ou estar sorrindo. A felicidade é muito interna, ela vem da alma e do coração. Ser feliz é estar com as rotinas e as disciplinas em ordem e, conversando, felicidade é muito mais do que um sorriso ou uma palhaçada. O palhaço é um exemplo de alegria sem felicidade, porque fazer os outros rirem é o trabalho dele; porém, ele pode estar em cólera, ou com uma tristeza
Talvez seu trabalho não seja fonte de realização – e tudo bem. Aparentemente, a cultura vigente pregou uma enorme peça nas pessoas: a fábula do “escolha um trabalho que você ama e nunca trabalhará um único dia”. Esta citação, atribuída a Confúcio - que se reviraria no túmulo, se em dois milênios e meio ainda fosse possível, por ter seu nome envolvido numa das mais sórdidas armadilhas do nosso sistema econômico – criou a conveniente ilusão de que poderíamos gerar renda e obter plena satisf
Se o tema anterior (de falar sobre o "nada") já tinha sido difícil, este mês escrever sobre a felicidade não ficou devendo. Muito se fala de que a felicidade é, na verdade, um conjunto de momentos fugazes que não voltam mais; que passam voando, e a gente que lute para reconhecer e aproveitar quando eles acontecem. Por outro lado, muita gente acredita num estado de espírito chamado felicidade que é quase uma iluminação nirvânica, em que a pessoa passa a viver feliz para sempre naquela condição.
O ser humano é marcado por uma gama de sentimentos ao longo de sua vida, em que cada um deles não perdura de forma constante. A todo momento, mas de maneira revezada, um cede espaço ao outro; o que é próprio das condições históricas e sociais que permeiam o sujeito, uma vez que o projeto central de seu modo de vida é a conquista da felicidade. Mas, o que é a felicidade? É um conceito complicado de se decifrar, pois ser feliz implica em o ser de várias maneiras. Cada um se sente feliz de uma for
A felicidade não é uma escolha! Se fosse assim, milhares de pessoas no mundo estariam escolhendo ser infelizes. Tratar a felicidade como escolha é uma forma perversa de reduzir todos os elementos que impedem alguém de sentir-se feliz apenas à sua falta de força de vontade, e este pensamento é muito cruel.
Como escolher ser feliz sem ter direitos básicos respeitados? Sem ter comida, moradia, trabalho, segurança, educação e saúde? Pensar que mesmo em situações de miséria a pessoa deve escolher