No Brasil, a ideia de desenvolvimento da nação está muito associada ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos durante um ano. Desenvolvimento é, com frequência, entendido como sinônimo de crescimento econômico – o que, de fato, é um equívoco. Enquanto o primeiro está atrelado à qualidade de vida, o segundo mede o enriquecimento, a produção e o consumo, aquilo que está precificado.
Mas, o que a felicidade tem a ver com isto? Como se diz muito por aí: felicidade não tem preço e, por isto, não pode ser contabilizado no PIB; contudo, o aumento da felicidade diz muito sobre o bem-estar alcançado por um país e até mesmo sobre a relação que ele estabelece com a natureza.
O Butão, país asiático localizado entre China, Índia e Nepal, adota a medida da Felicidade Interna Bruta (FIB), buscando valorizar o meio ambiente, o desenvolvimento espiritual e as tradições culturais. Esta proposta foi criada nos anos 1970, pelo rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, e vigora até os dias de hoje. O FIB contempla a questão econômica, mas vai além dela, incluindo dados relativos à sustentabilidade e ao grau de satisfação declarada dos habitantes.
Embora o FIB seja criticado por sua precisão e aplicabilidade, assim como outros índices que cobrem aspectos imateriais do desenvolvimento humano, a verdade é que o Butão se tornou um dos países que mais cuida do meio ambiente, absorvendo mais gases de efeito estufa do que emitindo. Considerar a preservação do verde em suas políticas públicas fez o país se tornar carbono negativo, uma façanha única no planeta. Em tempos de crise climática, a felicidade também pode vir de notícias sobre práticas bem-sucedidas.
Jornalista
Doutora (ganhadora do “Prêmio Capes de Melhor Tese de 2017”)
Professora e Consultora na Área de Comunicação Ambiental
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