Convido você a se imaginar na seguinte situação: você acaba de chegar numa cidade paradisíaca para curtir uma viagem à lazer e está no transporte que te levará do aeroporto ao hotel. Durante o trajeto é fácil se encantar com as aves silvestres, voando livres no céu azul, com as ondas do mar que quebram na praia ou, ainda, com o urbanismo litorâneo típico da cidade. Acontece que durante todo o percurso você deu atenção apenas para o celular, e perdeu tudo. Minha proposta foi ilustrar o que ouvi, numa conversa, sobre a atualidade do trabalho na área de comunicação: “os celulares hoje são o horizonte das pessoas”. O celular não tem mais nada a ver com aquilo que foi proposto em sua criação, que era ser uma espécie de telefone sem fio; hoje temos nele câmera fotográfica, gravador de som, acesso à internet, músicas, filmes, agenda, redes sociais, etc.
Sabemos que o modo de o utilizar tem interferido diretamente na nossa autoestima, escolhas políticas e de consumo, dentre outras. Duas produções recentes que tratam muito sobre esse tema são: “O Dilema das Redes” e “Privacidade Hackeada”; mas, será que as redes são as verdadeiras vilãs da narrativa? Como seria a nossa relação com elas se dependêssemos de um computador fixo para o seu uso? Quem assistiu a animação da Disney, Soul, lembra que ele morreu com um celular na mão? Não é um spoiler, já que a cena está no trailer. Talvez você, também, já tenha dado de cara com um poste ou, até mesmo, levado uma buzinada na rua. Por que usamos algo que deveria servir como facilitadora, de modo que muitas vezes nos colocamos em risco?
O celular tem sido apontado como uma extensão do nosso corpo, pela relação inseparável e de dependência que temos desenvolvido com ele; o qual se tornou o primeiro e o último item com que interagimos, ao acordarmos e irmos dormir. Também sofremos de angústia e, até mesmo, de crises de ansiedade se o celular fica sem bateria, ou tem a sua tela danificada. Do jeito que as coisas estão, na próxima ida ao médico pedirei pra ele consultar, também, o meu Samsung A31.
Relações Públicas
Especialista em Eventos
Ganhador do Prêmio “Profissional de Relações Públicas do Ano de 2020”
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