***Vol. 2, Nº 010 / 2021 - 24/02 (DOENÇA) *Saúde Claudinho Castro

A Cura do Anão

Claudinho Castro

Uma gotinha de Dipirona já cura a sua dor de cabeça, né? Você não sente dor mesmo e, sim, apenas uma dorzinha… Certo? Não! Infelizmente, a dor não é fracionada, ou está em proporção em relação ao meu tamanho. Ela é normal – e cruel – assim como para todos os outros seres humanos que habitam o planeta Terra. Tirando a minha deficiência física (nanismo), todas as demais doenças são iguais as de qualquer outra pessoa denominada como “normal”. Os procedimentos são quase todos muito parecidos: para um médico que atenda como clínico geral, por exemplo, o CPF dos seus pacientes mudará mais que os tratamentos, entre as pessoas com nanismo ou sem. As dores e as medicações são as mesmas, considerando as que são ministradas por peso e tal…

Além da dor de cabeça, venho com mais um “upgrade” no jogo de ficar doente, pois sou quase um “fabricador de pedras” no rim. Fiz todos os exames para tentar entender do porquê de minha tendência, mas até hoje nada. Tudo o que me resta são as dietas para tentar as evitar e, óbvio, os 323 chás e outras misturas que todo mundo ainda insiste em receitar, sempre que você abre a boca para contar sobre a sua condição – do nada, pulam do bueiro as “tias das receitas”, prometendo verdadeiros milagres com ingredientes, às vezes, de procedência duvidosa.

Completando a cartela do Bingo de minhas doencinhas, temos ainda a síndrome do intestino irritado – sobre a qual nem entrarei em detalhes, porque só os exames para a diagnosticar já foram traumatizantes o suficiente. Como artista que sou, comunicador e às vezes humorista, não poderia faltar a mais em voga e bela das doenças, a queridinha da família, a “Deprê”. Minha depressão não tem um grau muito alto [sem trocadálhos, por favor] e, então, tendo a conviver bem com ela. Já a tratei, até mesmo com remédios e, digamos que hoje somos bons amigos, pois na “depresita” tenho algumas boas ideias. Pessoas amadas, escrevi um texto sobre as minhas doenças não por um “orgulho doentio” de as ter, mas sim para mostrar como devemos ir além delas.

Claudinho Castro

Ator
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