A mãe recém-parida vai até onde o peito estica! Quando falam em puerpério, tem sempre um cientificista pra dizer que são apenas os hormônios. Não nego, óbvio, mas tenho certeza de que é bem mais que isso. Todo mundo diz que a vida vai mudar, mas a gente não imagina o quanto. É impossível imaginar com o filho alheio. Antes, a gente anda pra lá e pra cá a vida toda, vai no mercado, na padaria, dá uma olhadinha com calma na lista de presentes e, ainda, dá tempo de passar no salão. Depois, quando é com a gente, ir ao banheiro é uma viagem. Comer, escovar os dentes e, até mesmo, tomar banho, é artigo de luxo! Aí, o que mais passa pela cabeça é: o que eu fui fazer da vida? Ao mesmo tempo que bate a culpa – pois, em nosso julgamento absolutamente imparcial, estamos falando sobre o ser “mais fofo” do universo – e, então, como eu tive coragem de pensar algo assim? “Que mal agradecida!” e, ainda… “Que saudades de sair sem ninguém chorar por mim”.
Os dias vão passando e tudo melhora, sim; mas jamais será como antes. Nos primeiros anos chega a ser um crime você cogitar uma saída sem a cria. Dia desses, uma colega mãe comentou o quanto gostaria de viajar sozinha, e foi bombardeada – pasmem! – por outras mães. Fora que trocar de roupa chega a ser uma brincadeira de esconde-esconde, ao menos durante muito tempo, até “alguém” parar de querer pegar no seu peito, o colocando para fora sem aviso prévio!
Liberdade materna significa algumas horas na escola – as quais, inevitavelmente, você ainda ficará com o pensamento “preso” neles, ao menos nos primeiros meses –, na casa dos avós (se, por ventura, morarem por perto) e, talvez mais tarde, com alguns amigos mais próximos. Eu me nego a falar de liberdade materna na pandemia pois, vocês bem já devem saber que ela nem existe!
Relações Públicas
Mestre em Comunicação Social
Autora do livro infanto-juvenil “A Mamãe Sangra”
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