Em 2020, as artes e os esportes, e tudo o mais relacionado a eventos e aglomerações, pararam! O que não é só a sina do artista brasileiro, mas do mundo inteiro! Com a chegada do Covid-19, perdemos a nossa liberdade de expressão artística e a nossa fonte renda e, ao perdemos também outras coisas, tudo mudou. Muitos artistas conseguiram se adaptar e, num toque de caixa, se ajustaram às outras formas de comunicação, mediadas pela internet, como as Lives no Instagram ou as aulas por Whatsaap. Já para outros, tudo não passou de um pequeno detalhe; já que, na visão deste seleto grupo, é “tudo exagero”, pois “o vírus não é, assim, tão perigoso”.
De qualquer modo, 2020 está sendo uma oportunidade para um grande aprendizado, a partir do qual artistas de todo o mundo têm levantado bandeiras da paz e da solidariedade. É exemplar como alguns dos músicos que sigo – os quais, infelizmente, são muito menos reconhecidos do que alguns famosos – são os que mais doam, e se doam, ao próximo! Desconsiderados os partidos políticos, ou os seus dogmas, eles têm encontrado um novo motivo para as suas existências e, então, para a garantia da permanência de sua arte na história: o amor. Música sem amor não é música, é mera matemática – já a música com amor, ah… É o próprio sentimento que move o mundo todo!
Ainda é muito cedo para dizer o que realmente vai acontecer com a classe artística e, então, sigo aguardando ansioso as cenas dos próximos capítulos do grande filme que é a vida; e, enquanto aguardo, sigo com a fé de que a música irá, uma vez mais, continuar sendo o melhor remédio para a alma (tão necessário nos tempos tão doentes em que estamos). O que menos importa é se ela é não é ao vivo, ou presencialmente – pois, segue viva.
Décio Caetano
Musicista (guitarrista)
Compositor
Bluesman
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