***Vol. 1, Nº 003 / 2020 - 17/11 (IGUALDADE) *Sociedade Guilherme Wski

A Igualdade dos Coturnos e das Fardas

Guilherme Wski

Se você não estava em uma caverna fugindo da horrenda contemporaneidade do nosso presente, sabe que há pouco, parte das escolas públicas foram transformadas em escolas cívico-militar. Não entrarei no mérito de pesar os prós e contras da transformação – pois é um dever particular que, tenho certeza, você já fez – mas, mesmo assim, chamo atenção para o fato. Existe no imaginário comum uma falsa sensação do que seria a igualdade, em que vivermos como iguais é o mesmo que tornar um mais parecido com o outro, enquadrando expressões particulares, vivenciando uma ideia sistêmica e normativa completamente errada.

A igualdade, entendida assim, exclui as diferenças, ajusta pela meritocracia, afoga as personalidades e sufoca as opiniões – muito parecido com uma tortura, não é? Quem diria… Tornar igual é fazer, justamente, o contrário! É agregar e possibilitar que os mais “diferentes” participem, sejam incluídos, expressem o que sentem e façam parte de tudo o que é comum e de direito. Abusando do clichê, o que nos torna iguais são, justamente, as nossas diferenças! Mas, pelo visto, lutar por essa igualdade – real – ainda é necessário, pois o tempo passa e o povo se esquece da diversão vivida na escola.

Papais e Mamães de hoje, se vocês querem filhos perfeitinhos (que apenas calem e obedeçam), seria mais fácil ter comprado um robô, ou um tijolo – “Another Brick in the Wall!” (é uma música, pesquisa lá no YouTube). Eu insisto, igualdade não é ter que vestir a farda. Igualdade é poder vestir o que quiser!

Guilherme Wski

Filósofo
Graduando de Psicologia
Escritor
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