***Vol. 1, Nº 001 / 2020 - 20/10 (LANÇAMENTO) *Saúde Shirley Hornung

O Amor Tem Que Mesmo Doer Tanto?

Shirley Hornung

Hoje vivemos um momento atípico, em que as pessoas estão isoladas vivendo entre família, em um mesmo espaço por muito tempo. A individualidade é limitada e, por não conseguirem lidar com as suas particularidades e diferenças, são gerados conflitos – os quais, em alguns casos, são catastróficos, geradores de agressividade e violência. A pessoa mais agredida é a mulher, sendo que a origem da agressão é constituída do amor e do ódio – dois dos principais elementos a partir dos quais se constroem as relações humanas –, gerando um ambiente doente tanto no interior da pessoa, quanto em suas ações exteriores.

O maior objetivo no jogo do agressor é dominar a outra pessoa, sendo que a “vitória” se dá pelo medo, por meio da humilhação e da degradação. É a – infelizmente – famosa violência psicoemocional, a forma mais subjetiva de agressão; na qual as causadoras de danos psicológicos e emocionais, em geral, são as atitudes que controlam e limitam o comportamento, por meio de ameaças diretas ou indiretas, constrangimentos, e quaisquer outras ações que causam prejuízos ao bem estar-mental.

Por ser subjetiva, é bem mais difícil de identificar e, na maioria dos casos, ela é negligenciada até mesmo por quem a sofre. Tendemos a confundir com ciúmes ou ironia e, principalmente em brigas de casal, o agressor torna a mulher insegura ao ponto de não conseguir reagir. O mais importante é reconhecer alguns dos sintomas: depressão, baixa autoestima, vitimização psíquica – o que gera impotência, ira e, até mesmo, ideações suicidas. Tal processo é lento e repetitivo e, então, é aí que está o alerta: no primeiro sinal de violência, a reconheça e reaja. Não sofra com tais demandas de dor – você não precisar ser agredida ou violentada para amar e ser amada. Seu primeiro compromisso é com você, busque ajuda e, mais que tudo, a sua liberdade.

Shirley Hornung

Psicóloga CRP 08/07.299-5
Especialista em Psicologia Analítica, Terapia Cognitiva Comportamental
Coordenadora na empresa Clínica Véritas
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