Na experiência da psicologia clínica, percebo que das diversas demandas que se apresentam no consultório, há sempre a presença do quanto o outro é responsabilizado pelas nossas própria atitudes e padrões de comportamento; porém, como já dizia Jean-Paul Sartre, um importante filósofo francês de meados do século XX, “o importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”.
Na saúde mental, eu sou livre quando aceito as minhas emoções, mesmo que elas sejam de tristeza ou medo, e devo as reconhecer como possibilidades de crescimento; do contrário, ainda estaremos presos, nas amarras da negação e da dor. A liberdade sempre depende da escolha, o que pode nos colocar em tensão, ao ponto de ficarmos em um ciclo vicioso, postergando decisões importantes e sabotando a própria vida. A liberdade de escolha nos coloca em sentimento de angústia, pois escolher é ter que lidar com a responsabilidade, e implica ter que assumir aos meus atos, fazer renúncias que, por vezes, é algo custoso, sofredor.
Negar a necessidade de fazer as próprias escolhas é fugir das mesmas e, então, de si mesmo. Ainda é Sartre quem nos ajuda a traduzir tal ideia, por meio da expressão “viver na má fé”, na qual eu me “coisifico”. Ao tentar me tornar, de algum modo, um objeto sem vontade própria, nego a minha liberdade e não assumo as responsabilidades – ou mesmo, as consequências –, do que tenho escolhido ser e fazer até então. Na sua busca pela liberdade, a pessoa terá que se haver com a responsabilidade de suas escolhas e ações, vivenciando a angústia que é inerente à própria existência humana. Se não é possível por si só, busque ajuda psicológica e seja livre de qualquer pensamento que esteja te aprisionando, em sua alegria e perspectiva de viver bem.
Psicóloga CRP 08/07.299-5
Especialista em Psicologia Analítica, Terapia Cognitiva Comportamental
Coordenadora na empresa Clínica Véritas
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