Nas minhas muitas andanças pelo cerimonial de solenidades, notei que é comum as pessoas se comportarem a partir de um “quase medo” das regras de protocolo (de como a cerimônia deve ser). Há o temor por não saberem o que pode, ou não, fazer em cada situação. Como por exemplo, no uso dos pronomes de tratamento adequados às autoridades presentes – o que, muitas vezes, pode limitar o desempenho e a espontaneidade em ocasiões que, além de solenes, são marcos pessoais (como as colações de grau, muito importantes para os formandos, seus familiares e amigos).
A reação de “quase paralisia” é, infelizmente, contrária àquilo que se pretende especificamente por meio do protocolo cerimonial e, mais ainda, da etiqueta necessária ao bem-viver em sociedade em geral, que é: orientar um bom convívio, a partir da valorização de atitudes e gestos humanos, para a promoção de relações mais harmoniosas. Os protocolos do cerimonial – longe de cercearem a sua liberdade – buscam estabelecer quais são as suas prerrogativas (posições oficiais e imunidades); enquanto a etiqueta, por sua vez, serve de guia aos seus comportamentos, para tentar garantir que você tenha o melhor convívio em sociedade possível.
Ambos são regras resultantes da construção sociocultural e histórico de um país ou instituição e, portanto, regulam os rituais solenes por meio de orientações estabelecidas a partir de seus decretos ou costumes; ou seja, por serem fenômenos da cultura, são praticados de acordo com ela, e pretendem garantir características de hospitalidade e bem-estar social condizentes com o ambiente. É na colaboração de atender as expectativas que devem operar, também, o protocolo e a etiqueta, e não na sua limitação; ou seja, você não precisa mais ter medo da dualidade de estar “certo ou errado”, nada é assim tão claro ou tão escuro. O mais confortável é buscar a sombra, na qual precisamos apenas de uma mínima noção de bom senso.
Relações Públicas
Especialista em Eventos
Ganhador do Prêmio “Profissional de Relações Públicas do Ano de 2020”
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