***Vol. 2, Nº 010 / 2021 - 24/02 (DOENÇA) *Cultura Anísio Pereira

Qual o Combustível da sua Mente?

Anísio Pereira

O ser humano apresenta, além da dimensão física, a mental – a qual exerce o controle de todas as suas atividades. Tão importante como o aspecto físico, o desenvolvimento da mente é uma questão de sobrevivência, em especial para o exercício não apenas da intelectualidade, mas também de nossas emoções e sentimentos. Cuidar da saúde mental é um dever de rotina, para a superação de obstáculos na esfera da vida social e, principalmente, individual. Vivemos em uma era em que a nossa mente está sempre ocupada com alguma coisa que, muitas vezes, exige um raciocínio rápido. O século XXI não é para amadores, e viver em uma “modernidade líquida” – tomando emprestadas as formulações de Sygmunt Bauman – pode deixar a mente um tanto quanto exausta, já que a liquidez pode nos fazer, entre braçadas de desconstrução e reconstrução, afundar. A chegada da pandemia da Covid-19 alterou significativamente as relações trabalhistas, acadêmicas e pessoais; e se tornou, assim, outro agravante da saúde mental desde o início de 2020.

Aspectos negativos se tornaram emergentes e rotineiros, como a depressão e a ansiedade, estados que podem causar – sem o apoio necessário – até ideações suicidas. Todo esse desconforto nos dá pistas do quão frágil e nobre é nossa mente, para além de um cérebro físico que sustenta todos os movimentos do maquinário de nosso corpo. Seja por preocupações exageradas ou por estarmos em uma condição atípica, nossas mentes passaram a se ocupar excessivamente de preocupações pessoais e econômicas; assim como, pelo rompimento com as vivências sociais reais – as quais são, em suas idas e vindas, como que combustíveis para uma mente sã e com “tanque cheio”.

Sem tais vivências, ficamos mais à mercê ao bombardeio da mídia digital, em especial das redes sociais, nas quais convivemos com os excessos de informações e exibicionismos de padrões a serem seguidos, que nos são apresentados a cada acesso. Ficar em casa na quarentena nos faz recorrer às redes e, ali, os valores são outros; pois, para além de uma vida regrada e útil de cidadania, o consumismo e as manipulações por meio de marketing procuram direcionar as mentes para um ponto de interesses “superiores”. Como fica nossa mente ao comparar um modelo de vida virtual com a nossa realidade? Será que nossa mente dá conta disso? É preciso que ela esteja saudável e, então… Como?

Anísio Pereira

Doutorando em Estudos Linguísticos
Professor
Escritor
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