Por aqui já trouxe os doentes da ignorância que desconsideram intencionalmente fatos e pessoas. Eles querem seguir assim fingindo inocência, se escondendo atrás do escudo de uma pressuposta justiça do meu umbigo e seguindo sempre de olhos abertos apenas para admirar seu mito Genocida Mor que, aliás, não quer ser chamado de Genocida. Genocida. Genocida. Mas entendendo que a ingenuidade é um dos sentidos que a palavra ignorância tem, entendo também que faz o maior nexo se olharmos a realidade que vivemos em nosso país. Ingênuos somos nós! Ignorantes somos nós! Inocentes. Nós todos que acreditamos que a situação atual do nosso país perpassa apenas pelas decisões políticas (ou pela falta delas) que o Genocida comete. Inocência. Tudo tem um propósito e parece que eles, os do lado “direito”, sabem melhor dos que nós, os do lado “esquerdo”.
Esses lados são inocentes e, nessa ignorância assustadora – disfarçada de pureza de sentimentos e pensamentos – chega a ser apavorante, e causa muito desconforto, quando percebo que não há possibilidade de criar uma ponte entre esses lados (lembrando que o centrão não é ponte). Não há uma mínima possibilidade de união para o básico: lutarmos pelos direitos universais do ser humano. Até porque é quase um senso comum muitos acreditarem que “essa coisa de direitos humanos” é uma entidade que existe apenas para tirar dinheiro, ou proteger gente pobre, preta e favelada. “Eles” nunca fazem parte das minorias! Inocentes. Existe a fome, pela falta de uma das necessidades mais básicas para a vida humana – e ela voltou com força total em nosso país. Tem até primeira dama que “cuida da secretaria dos Diretos Humanos” reclamando de um padre que leva comida às pessoas em situação de rua.
A ignorância (que já usei como doença em outro momento) hoje é a inocência, que tanto se camufla de “compaixão” e de “palavra de Deus” – que tenho medo que, no próximo momento, eu me apresente de olho roxo… De tanta ignorância. Inocência.
Letróloga
Especialista no Ensino da Literatura Brasileira Contemporânea
Autora do Livro de Contos “Lascas Lascadas”
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