***Vol. 1, Nº 002 / 2020 - 03/11 (LIBERDADE) *Comunicação Hertz Wendell

O Neuromarketing Escolhe Por Você?

Hertz Wendell

Você já pensou que seu comportamento de consumo reflete ideias colocadas em sua cabeça? No mundo do mercado, esse novo marketing – o neuromarketing – é o responsável por várias estratégias de persuasão e, uma das principais, é a humanização da marca por meio de atributos humanos. A sua liberdade de escolha pode ser, então, meramente “guiada”.

Em 2011, o pesquisador americano Stephen Sampson lançou um livro sobre “Líderes que Influenciam Sem Autoridade”, sobre os atributos pessoais de homens e mulheres que ocupam cargos de liderança, e os modos pelos quais eles conectam e influenciam. Um dos principais é a fisicalidade, uma característica típica de pessoas acessíveis e visualmente atraentes. Você já deve ter ouvido, por aí, sobre tais pessoas admiráveis, que estabelecem uma comunicação que aproxima; as quais, mesmo sendo poderosas intelectualmente, possuem uma comunicação que todos entendem, além de uma simpatia rara.

Tudo o que potencializa o magnetismo de tais líderes acontece, igualmente, com as marcas – e o neuromarketing já “captou esta mensagem”. A fisicalidade está diretamente relacionada a alguns elementos, os quais promovem a sua proximidade com o público: desde a arquitetura e a decoração do ponto-de-venda, até a embalagem do produto. No marketing digital, a fisicalidade é toda forma de ser acessível, por exemplo, por meio de sites descomplicados, ergonômicos – que otimizam um sistema, com um melhor desempenho para promover o bem-estar, além de boas práticas de “leiturabilidade”.

Assim como tais líderes, as marcas podem cultivar os mesmos atributos de destaque, e a fisicalidade tende a ser um deles. Tanto que, ao reconhecer tal processo, tenho sempre a suspeita: será que o meu desejo em consumir uma determinada marca é “legítimo” (leia-se, “livre”) ou, ao contrário, o meu julgamento é apenas motivado por uma sensação de que ela estaria relativamente “mais acessível” a mim que as demais – tal e qual uma “pessoa/produto” me dando uma piscadela da prateleira do mercado?

Hertz Wendell

Publicitário
Doutor em Estudos da Linguagem
Professor de Publicidade na Universidade Federal do Paraná
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