Em tempos de fim de ano, a sociedade se prepara para a “morte” do Ano Velho e o “nascimento” do Ano Novo. Ao mesmo tempo, com essas ocasiões tão esperadas, outras também são comemoradas: como a chegada das férias escolares, o recesso do trabalho (em especial, para o funcionalismo público) e, principalmente, é o período de se fazer um balanço das realizações do ano, tecendo planos para o próximo.
Em meio a todos esses acontecimentos paralelos, o espírito natalino ganha destaque, em que o “Feliz Natal” se torna dominante entre o discurso da maioria. Além disso, essa época inspira comércios, a mídia que produz as suas propagandas; enfim, tudo se traduz em uma espetacularização nesse aniversário – e um aniversário especial, do menino Jesus; que, para os cristãos, representa uma inspiração a ser seguida (bem como se observa nas escrituras bíblicas).
Tal manifestação anual é, também, regada de uma estética e de uma ética: os enfeites (como a árvore de Natal, o presépio), a ceia com comidas típicas e a troca de presentes simbolizam esse momento. Além disso, há também as músicas temáticas, que refletem o quanto a data é especial, dentro do que é possível por meio do discurso (que representa a subjetividade da época, compartilhada mundialmente). Por meio dessas práticas discursivas os sujeitos mantêm um elo, estão ligados por esse modo de subjetivação, dos festejos que comemoram essa luz divina.
Todos os exemplos dados nada mais são um efeito de memória, que afeta o presente de cada final de ano; no qual os sujeitos, então, recuperam esse passado desconhecido por todos do presente – esse nascimento de um ilustre que, há milhares de anos, habitou a terra. Há, ainda, o sentimento de que se deve comemorar essa passagem em família, o que estabelece um espírito de amor ao próximo, de modo a rememorar aquele que deu sua vida por nós.
Doutorando em Estudos Linguísticos
Professor
Escritor
Facebook / Instagram / LinkedIn / Lattes