Tenho passado alguns minutos durante a pandemia, em meu dia a dia corrido de mãe de dois, planejando o que farei depois dela ter sido controlada. Eu quero entrar no doutorado para estudar como a menstruação passou de “sagrada” para “nojenta”, na mudança das sociedades matrifocais às patriarcais, com a hipótese de que tal passagem aprisionou as mulheres. Também pretendo criar um curso de mestrado em “saúde e espiritualidade” na Universidade em que trabalho, além de montar um negócio de produtos e serviços estéticos naturais, junto com a minha clínica de terapias.
Se eu vou dar conta disso?
Esses dias eu pedi ajuda para a madrinha do meu filho mais velho (de três anos) por 2 horas. Nas quais, em resumo, eles: brincaram no parquinho, fizeram massagem e fantasias de papel alumínio, desenharam, comeram frutas (pois, elas não precisam de preparo prévio) e, ainda, trocaram a fralda da minha filha mais nova. Alguém dúvida que uma mãe possa fazer inúmeros trabalhos remunerados ao mesmo tempo? Em 12 horas de filhos acordados, existem uma infinidades de trabalhos invisíveis. Trabalho de “escritório” é fichinha pra mães em tempo integral. Pro futuro eu também almejo massagens durante a tarde, mesmo que dispensando a fantasia de papel alumínio.
Também, um dia de salão – que eu nem gosto tanto, mas passei a desejar assim que fui “proibida”. Talvez, uma tarde assistindo um filme, ou dormindo por pelo menos uma hora. Quero ver minhas as amigas, e falar sobre qualquer coisa que não sejam os nossos filhos. Quero muito viajar! Por falar em viagem, eu estou louca pra conhecer Cuba. Já amava a sua história e personagens desde a adolescência e, hoje, é uma admiração infindável. A forma humana com que a pandemia foi tratada, utilizando as ciências sociais junto com as ciências das saúde, faz muito sentido pra mim. Quero que meus filhos vejam de perto o poder que a ciência humana tem, pela qual eu sou apaixonada.
Enfim, pra uma mãe pandêmica, eu já estou cheia de planos. Claro que, para que tudo aconteça, nós todos precisamos de cuidados, e nos cuidar, agora – só assim, poderemos chegar juntos, e bem, até a saída.
Relações Públicas
Mestre em Comunicação Social
Autora do livro infanto-juvenil “A Mamãe Sangra”
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