A vivência de amores sem a obrigatoriedade da exclusividade é um tema que inflama muitos debates. Por um lado, temos uma série de regras culturais sobre o que significa o amor e o amar e, de outro, temos desejos, ímpetos e ânsia pela novidade e por variedade. Às vezes o principal desejo é, justamente, o de se opor à regra vigente; mas, afinal… O amor não exclusivo é certo ou errado?
Antes de tudo, devo reforçar que no campo da subjetividade, dificilmente existe uma resposta única para todas as pessoas, fechada e imutável. Um relacionamento não monogâmico pode ser extremamente gratificante para uns, ou uma enorme fonte de angústia para outros. Antes de embarcar em uma experiência como esta, a pessoa (ou o casal) deve avaliar as suas motivações, a sua capacidade de se comunicar e, até mesmo, outros sentimentos que podem emergir da ideia (ou mesmo, da mera visão) de romper com uma norma tão arraigada e forte na nossa cultura. Ciúme, sentimento de posse e inseguranças são apenas alguns dos exemplos do que pode vir à tona.
Em contrapartida, relacionamentos abertos ou poliamorosos (que são bastante diferentes em suas dinâmicas, é importante enfatizar), quando bem-sucedidos, proporcionam experiências extremamente ricas e prazerosas. Ser livre para ir e vir fortalece a convicção do porquê ficar, e pode ser um aprendizado massivo sobre si e sobre o amor. Mas… Decididamente não é para qualquer pessoa. O mais importante é, se precisa forçar, não é para você – e tudo bem.
Psicóloga CRP 08/13.324
Especialista em Psicologia Clínica e Transtornos Alimentares e Obesidade
Coordenadora do Inst. de Pesquisa do Comportamento Alimentar de Ctba.
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