Quando tentei definir o que é – para mim – o amor, busquei me distanciar de qualquer visão exageradamente emotiva ou moral e, mesmo, de um conceito ligado com a eternidade, ou com uma entrega incondicional. Também desviei, propositalmente, das definições mais científicas, que apenas explicitam reações físicas e hormonais, comuns na neuroquímica do cérebro da maior parte daqueles que estão amando. Me percebi, então, em meio a uma extensa sequência de “poréns”, de “ses” e, mesmo, de “quens” – como se poderia esperar de qualquer coisa tão complexa quanto é o amor.
O que dizer, por exemplo, do amor fraternal no qual o desejo – muitas vezes – não é o protagonista? Talvez, caberia melhor o amor de Aristóteles, da mais pura alegria por aquilo que se tem (pela família, pela profissão, pelo seu entorno, etc.); mas, ainda seria insuficiente para, sozinho, explicar a nossa eterna busca – ou, ao menos, da nossa necessidade de seguir buscando. Passei também pelo amor de Ágape, de entrega invejável em que o amor está na felicidade do amado, independentemente de ser recíproco; é algo virtuoso, principalmente para as relações familiares.
Penso, porém, que para a felicidade é necessário também amar a si, ao menos, tanto quanto se ama ao próximo. Uma simples questão de ter o que dar e, do mesmo modo, de saber o que gostaria de receber. Juntei todas as peças, revirei em mim o que me faz amar – concordei, discordando dos filósofos – e, então, cheguei à minha própria definição: amo enquanto desejo, admiro, respeito e tenho empatia. Descobri, assim, que o amor não é uma coisa só, e nem depende mesmo de todas as suas peças para, talvez, poder se manifestar em suas mais diversas formas. No fim, me senti como um grande “amador” que, por amor à sua descoberta, grita ao mundo “eureka!”.
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Presidente do Conselho Afro Rio Preto
Candidato a Vereador em São José do Rio Preto
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