***Vol. 1, Nº 003 / 2020 - 17/11 (IGUALDADE) *Cultura Fernando Meira

Em Terra de “Estupro Culposo”, Quem Tem Um Olho?

Fernando Meira

Dias atrás, uma postagem no Facebook de uma amiga me chamou a atenção: a rede estava fervorosa sobre o caso de “estrupo culposo” de André Aranha, e muitos homens se posicionavam indignados sobre o assunto. Ela pergunta se tamanha indignação é, também, manifesta nos grupos de Whatsapp, de Poker, etc. – ou, se estava só onde haviam mulheres. Frente a isso, selecionei algumas frases que, muito provavelmente, todo homem já disse, ouviu ou presenciou:

“Desde que era pequeno, meu meu pai me ensinou que existem mulheres pra diversão e mulheres pra namorar, ah… Fala a verdade, tem mulher que é só pra comer mesmo”;
“Se a mina diz não, na verdade ela quer dizer sim”;
“Quem arruma a minha casa é a minha namorada, é normal, mulher gosta de cuidar do homem”;
“Já pegou uma negra? Trepam muito! A gente quase se apaixona”;
“A mina apareceu quase pelada no bar, e vai dizer que não queria dar?”;
“Só tem uma coisa que negro tem melhor, é o tamanho do troço, com certeza é só por isto que ela tá com ele”.
‘Prendam as cabritas que o meu bode tá solto’, já dizia a minha mãe quando eu era garoto”;
“Mano, aquela gordinha ali tá loucassa, certeza que ela aguenta os três, deixa ela beber mais que lubrifica”.

Ah é, acho que me perdi um pouco no tema – era para falar sobre igualdade. A igualdade é branca, machista, racista e homofóbica.

Fernando Meira

Ator
Diretor de Teatro
Dramaturgo
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