Ele veio, sem muitos avisos, sem ao menos ser convidado… E nos tirou para dançar. Mas quem é este “ser” que ousa nos abraçar, sem ao menos pedir a nossa mão? Que insiste em criar uma intimidade (nem sempre bem-vinda) que não tem como ser recusada? Como pode tamanha ousadia?
Mesmo atendendo por outros nomes, este senhor – nem sempre muito simpático, muito menos empático – costuma ser chamado de Destino. Vestido com roupas hora sóbrias e hora despojadas, está hora sorrindo e hora irritado e, de hora em hora, nos gera um desconforto que beira o pavor.
Por que temos tanto medo dele? A sua dança, nem sempre muito ritmada, é o que nos conduz pelo salão da vida, mesmo que sem coreografia. É o que nos perturba, nos deixa inquietos? A insegurança gerada pelos seus passos destoantes rompe com aquilo que nós mais valorizamos, mas que nunca tivemos: um manual ou, pelo menos, algumas aulas, mas… Quando muito, ele mal nos olha nos olhos. Tentamos, muitos vezes, interrogá-lo, na vã esperança de obtermos algumas respostas, na ânsia de nos agarrarmos àquilo que não nos pertence. Segurança, tranquilidade, serenidade e quietude não passam de meras promessas. Até mesmo porque certezas plenas são dádivas nunca concedidas aos mortais.
Então, por que não simplesmente fechamos os olhos e aproveitamos a dança? Afinal de contas, boa parte da sua beleza reside na arte do improviso. Imagine que sem graça seria um show de Jazz se pudéssemos pedir, sempre, um bis para o que nasceu em um momento de inspiração.
Ouse e liberte-se! Daí, quem sabe, este senhor permitirá que você escolha qual ritmo dançarão. Até lá, contente-se em sentir a música; pois é ela que, de fato, toca e conduz o baile da vida.
Sérgio Czajkowski
Advogado e Publicitário
Doutorando em Administração
Professor e Consultor em Planejamento Estratégico, Gestão de Pessoas e Marketing
Entre em contato: Facebook / Instagram / Lattes