Amar é exercitar a capacidade única de deixar ir / A espontânea vontade de combinar-se ao fluxo, / Das águas que vem, como convém.
Soltar o fio que costura – se preciso for / Se o ato possibilitar ao amor, / Existir em transformação.
O amor libera porque proclama a liberdade / Dissolve o canhengue desejo de conhecer a ciência das coisas / Exime-se de ser sabe-tudo, pois permite-se lançar ao mundo.
Vive a experiência no corpo / Existe em si, insiste, cheio de presença / Encontra-se a si mesmo, engrandecido pelo que se é.
Deixa chegar e deixa ir embora, como as ondas, pois / A natureza da sua existência, chegada-partida, anuncia assim / Na leveza de um sopro, e da sua força escondida, o amor das meninas partiu.
Foi como a rosa que persistiu cheia de vitalidade, / Enquanto estava com uma pétala só / Como guardar no quintal a alegria, se o que ela quer é expandir-se?
Fogos de artifício silenciosos, / Purpurina dourada e fumaça colorida, assim / A moça da festa parte para relembrar a vida, ávida de viver.
Em memória de Dika Sato.
Musicista (violoncelista)
Ministrante de Cursos em Educação Musical
Idealizadora do “O Movimento do Som”
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