A intuição indica a nós, mulheres, escolhas a serem feitas, sobre qual caminho seguir. Por vezes ela está adormecida e não conseguimos lhe dar a devida atenção; pode se dar por inúmeros fatores, dentre eles o pouco tempo que temos disponível para refletir sobre nós e a nossa vida. Muitas seguem anestesiadas, imersas em múltiplas tarefas diárias e em funções atribuídas socioculturalmente; como o cuidado de familiares doentes, a educação das crianças, a alimentação dos membros da família, etc.
O padrão estético e a pressão para o atendimento deles faz com que as gastemos boa parte do tempo com cabelo, maquiagem, roupas combinadas, unhas, corpo. Muitas vezes, não é de forma consciente que realizamos tais atividades. O que poderia ser motivado pela qualidade de vida, pelo amor a nós mesmas, é motivado pela norma; como, por exemplo, alimentar-se de forma saudável ou realizar atividades físicas. Apesar de tudo, a intuição está sempre ali, latente e latejando. É um sentimento de que alguma coisa “está errada” nessa forma de viver. É a ânsia por experiências diferentes, por mais liberdade.
É um processo, e digo – com a experiência de quem, também, ainda está despertando – que ele é demorado, e cheio de desafios. O importante é estar atenta aos indícios, angariar fatos da realidade, pedir para que amigas próximas expressem as suas opiniões sobre a situação. Mais importante ainda, é sempre ouvir aquela voz dentro de você: ela é certeira, inquieta o coração e faz a pernas balançarem. Pode vir em um momento de silêncio, ou por meio de sonhos que se apresentam “esquisitos” mas que, se olhados com o devido carinho e atenção, tornam-se importantes aliados.
Pode parecer difícil e sofrido olhar para dentro, ou aquietar-se. Muito do que está escondido pode causar dor e desconforto. O importante é lembrar que a dor passa, e que é possível aliviar o sentimento de mal-estar. Se for preciso, faça terapia, gaste um dinheiro com a sua saúde mental. Também é saudável convocar as mulheres que fazem parte da sua vida, para celebrarem juntas; pois, por mais tortuoso que seja o caminho, a libertação sempre compensa.
Assistente Social CRESS 10.199
Mestre em Tecnologia e Sociedade
Assistente Social no Centro de Atenção Psicossocial
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